O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), virou réu em uma ação de improbidade administrativa por suspeita de envolvimento em um esquema de superfaturamento na compra de lousas digitais para a rede municipal de ensino. A denúncia foi aceita pela Justiça de São Paulo após investigação do Ministério Público.
A compra foi feita em 2021, com a aquisição de 1.188 lousas digitais da empresa Educateca, ao custo de R$ 26.062 por unidade. No entanto, o mesmo equipamento, com a mesma marca e modelo, foi adquirido por outros municípios por valores bem menores. Em Indaiatuba, por exemplo, cada lousa custou R$ 16.700.
Segundo uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a diferença de valores representa um prejuízo de cerca de R$ 11 milhões aos cofres públicos. O contrato totalizou R$ 46 milhões, dos quais R$ 44 milhões já foram pagos.
Além do prefeito, também são réus o ex-secretário de Educação de Sorocaba, Márcio Carrara, e a própria empresa fornecedora. O Ministério Público pediu o bloqueio de bens dos envolvidos e o afastamento de Carrara, mas os pedidos foram negados pela Justiça por enquanto.
A prefeitura e a empresa afirmaram, por meio de nota, que ainda não foram notificadas oficialmente e garantem que a compra seguiu os trâmites legais.
Este não é o único caso envolvendo a gestão de Rodrigo Manga. Em 2023, ele já teve bens bloqueados por suspeita de superfaturamento na compra de kits de robótica para escolas municipais, em um contrato de mais de R$ 26 milhões.
O caso reacende o debate sobre a transparência e o uso responsável do dinheiro público nas administrações municipais.