O Maio Roxo chega ao fim, mas o alerta permanece: as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, exigem atenção contínua. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), mais de 200 mil brasileiros convivem com essas enfermidades crônicas que impactam profundamente a qualidade de vida.
As DIIs provocam sintomas debilitantes, como diarreia crônica, dor abdominal, emagrecimento, fraqueza e, em casos graves, evacuações com sangue, muco ou pus. Esses quadros podem gerar internações frequentes e interferem diretamente na rotina de trabalho, estudos e vida social dos pacientes. “As principais doenças do grupo são inflamatórias, crônicas e reincidentes, causadas por uma resposta imunológica inadequada em pessoas com predisposição genética”, explica a gastroenterologista Dra. Larissa Roseiro.
A Doença de Crohn pode afetar qualquer parte do sistema digestivo e atinge camadas profundas do intestino. Já a Retocolite Ulcerativa se limita ao cólon e reto, causando inflamações mais superficiais. Elas afetam pessoas de qualquer idade, mas são mais comuns entre 20 e 40 anos. Fatores genéticos, ambientais e alimentares estão entre os gatilhos.
O diagnóstico é feito com base nos sintomas e exames como colonoscopia com biópsia, exames de imagem e laboratoriais. Embora não tenham cura, as DIIs podem ser controladas com tratamento individualizado, que inclui medicamentos (como corticoides, imunossupressores e terapias biológicas) e, em casos mais graves, cirurgia.
Além do tratamento médico, adotar hábitos saudáveis é essencial: alimentação equilibrada, atividade física, controle do peso, evitar cigarro e álcool fazem diferença. A sociedade também tem papel importante no acolhimento dos pacientes, combatendo o preconceito e garantindo condições adequadas de trabalho e estudo.
Grupos de apoio e redes sociais têm ajudado no suporte emocional e troca de experiências. Mas o principal alerta da Dra. Larissa é claro: qualquer sintoma persistente deve ser avaliado por um médico especialista.