Câncer de pâncreas: especialista do HSV esclarece as principais dúvidas sobre a doença

No início deste mês, o guitarrista Tony Bellotto, da banda Titãs, anunciou em suas redes sociais que foi diagnosticado com um tumor no pâncreas. Ele passará por uma cirurgia e ficará afastado dos palcos para tratamento.

O câncer de pâncreas é considerado agressivo e ocupa a 14ª posição entre os mais comuns no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Esse órgão desempenha funções essenciais na digestão e no controle do metabolismo, conforme explica o oncologista Arthur Maia Filho, do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV).

“O pâncreas tem uma função exócrina, produzindo enzimas que auxiliam na digestão, e uma função endócrina, regulando os níveis de açúcar no sangue por meio de hormônios como a insulina e o glucagon”, detalha o especialista.

A forma mais frequente da doença é o Adenocarcinoma Ductal Pancreático, que responde por cerca de 90% dos casos e afeta as células que transportam enzimas digestivas. Também existem os tumores neuroendócrinos, menos comuns, que atingem as células produtoras de hormônios.

Sintomas, fatores de risco e tratamento

O câncer de pâncreas costuma ser silencioso nos estágios iniciais. “Por estar localizado atrás de outros órgãos, um tumor pequeno pode crescer sem interferir nas funções do pâncreas, dificultando a detecção precoce”, explica Maia Filho.

Nos estágios avançados, sintomas como dor abdominal, perda de apetite e cansaço podem surgir, sendo facilmente confundidos com outros problemas digestivos. Um sinal de alerta importante é a icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos, causada pela obstrução do canal da bile.

Os principais fatores de risco incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, idade avançada e histórico familiar, além de doenças como diabetes tipo 2 e pancreatite crônica.

O tratamento depende do estágio da doença. “Quando possível, o tumor pode ser removido cirurgicamente. Em outros casos, quimioterapia ou radioterapia são indicadas”, finaliza o oncologista.

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