Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação revelou dados impressionantes sobre a carga tributária no Brasil. Nos últimos 20 anos, os brasileiros pagaram cerca de R$ 40 trilhões em impostos, colocando o país na 24ª posição no ranking mundial de carga tributária. Em São Paulo, o “impostômetro” — painel instalado na sede da Associação Comercial, na Rua Boa Vista — já registrou, só neste ano, R$ 2,81 trilhões em tributos arrecadados. Para se ter uma ideia do peso desse valor, ele seria suficiente para construir mais de 575 milhões de casas populares ou mais de 130 milhões de escolas.
Grande parte dessa arrecadação vem de tributos sobre o consumo, que somaram R$ 3,6 trilhões no ano passado — o equivalente a 32,2% do PIB brasileiro. Os setores que mais contribuem são: indústria (30% a 35%), comércio (25% a 30%), serviços (20% a 25%), energia (cerca de 10%) e agroindústria (entre 8% e 12%).
A reforma tributária, atualmente em debate, promete mudanças importantes nesse cenário. De acordo com o estudo, entre 2026 e 2029, pode haver estabilidade ou até uma leve queda na arrecadação, reflexo de medidas como isenções e cashback. Ainda assim, a economia deve registrar um crescimento modesto, entre 0,5% e 1% ao ano. Já no período de 2030 a 2032, a expectativa é de aumento gradual na arrecadação, à medida que o novo sistema se consolida — com impacto positivo de até 2% no PIB. A partir de 2033, caso as medidas sejam bem-sucedidas, a arrecadação poderá crescer entre 10% e 15%.