Segundo apurou a imprensa, o assédio de clubes como Al Hilal e Al Ahli, que sinalizaram com ofertas anuais superiores a R$ 225 milhões (mais de três vezes o salário oferecido pela CBF, estimado em R$ 64 milhões anuais), pesou na decisão de Ancelotti em não formalizar o acordo com o Brasil. O treinador italiano, que tem contrato com o Real Madrid até meados de 2026, também não demonstrou intenção de pedir demissão do clube espanhol, dificultando as tratativas para uma rescisão amigável.

A dificuldade em negociar a saída de Ancelotti com o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, foi a justificativa formal apresentada pela CBF para o término das conversas. O clube espanhol, ciente do interesse da CBF, desejava uma liberação sem custos, enquanto Ancelotti não estaria disposto a abrir mão dos cerca de 25 milhões de euros brutos (13,2 milhões líquidos) que tem a receber até o final de seu contrato. A postura do Real Madrid, que almeja a contratação de Xabi Alonso para o comando técnico, também teria contribuído para a relutância de Ancelotti em forçar uma saída.

Com o cenário desfavorável e a proximidade da próxima Data Fifa, a CBF direciona agora seu foco para o técnico português Jorge Jesus, que atualmente comanda o Al Hilal. Jesus, que já teve uma passagem vitoriosa pelo futebol brasileiro à frente do Flamengo, passa a ser o favorito para assumir a Seleção até a Copa do Mundo. Sabe-se que sua multa rescisória com o clube saudita é de 2 milhões de euros a partir de maio. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, surge como uma alternativa caso as negociações com Jorge Jesus também enfrentem obstáculos. A novela envolvendo a busca por um novo técnico para a Seleção Brasileira ganha, assim, um novo capítulo, com a Arábia Saudita e os bastidores do Real Madrid tendo um papel crucial no desfecho das negociações com Carlo Ancelotti.