Em Campo Limpo Paulista, a empresa Sopiso, de propriedade de Marco Antônio Cavichio, marido da vereadora Kesley Foresto (PL), atua como fornecedora de materiais de construção para a Prefeitura. Essa relação tem gerado questionamentos sobre a transparência e a ética na administração municipal, especialmente considerando que a vereadora faz parte da base de apoio do prefeito Adeildo Nogueira (PL).
Embora não haja impedimento legal explícito para que familiares de legisladores forneçam serviços ao poder público, a situação levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse. A atuação da vereadora em seu papel fiscalizador e legislativo poderia, teoricamente, influenciar decisões relacionadas a contratos com fornecedores, o que torna a ligação entre a Sopiso e a prefeitura um ponto sensível.
Casos semelhantes já foram alvo de rigorosas investigações em outras localidades. Em São Paulo, por exemplo, a empresa Nikkey, ligada à família do então vereador e atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi investigada no contexto da “máfia das creches”, com suspeitas de recebimento de pagamentos indevidos e desvio de verbas públicas.
Em Campo Limpo Paulista, a situação se agrava com a recente decisão de oito vereadores, incluindo a própria Kesley Foresto, de rejeitar a prorrogação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investigava a decretação do Estado de Calamidade Financeira. Essa CEI buscava apurar possíveis falhas em atos administrativos e no uso de recursos públicos. A interrupção das investigações impede um aprofundamento do escrutínio sobre a gestão financeira municipal, o que pode ser interpretado como uma tentativa de evitar a fiscalização.
A combinação de uma empresa ligada a um familiar de uma vereadora da base aliada fornecendo para a prefeitura e a interrupção de investigações sobre a gestão financeira do município sugere a necessidade urgente de maior transparência e rigor na fiscalização das relações entre o poder público e seus fornecedores. A população de Campo Limpo Paulista espera esclarecimentos e a garantia de que os princípios fundamentais da administração pública estão sendo respeitados.