Cão de serviço é impedido de embarcar com menina autista e ausência afeta emocional da criança

O cão de serviço Tedy, treinado por dois anos para acompanhar uma menina autista de 12 anos, foi impedido três vezes de embarcar em um voo do Rio de Janeiro para Portugal pela companhia aérea TAP, mesmo com decisão judicial autorizando a viagem na cabine. Na primeira tentativa, em abril, a criança teve que viajar sem o animal — desde então, sofre emocionalmente com a separação.

Tedy foi treinado para acompanhar a criança em situações de crise, com comandos específicos e até mesmo para suportar 24 horas de jejum, evitando qualquer necessidade fisiológica durante voos. A presença dele é considerada essencial para o bem-estar e estabilidade emocional da menina, que possui autismo nível 2 para 3 e se comunica apenas por aplicativo.

Segundo especialistas, a ausência do cão pode causar estresse, crises de irritabilidade e o retorno de comportamentos desafiadores. “O impacto pode ser grande para ambos, tanto a criança quanto o animal”, explica o psiquiatra Fábio Pinato Sato.

A TAP argumentou que o cão não poderia embarcar porque quem o acompanhava não era a pessoa que necessita do serviço — no caso, a irmã da criança, Hayanne Porto. A companhia sugeriu que o animal viajasse no bagageiro, o que foi recusado pela família por motivos de segurança e bem-estar do cão.

Em uma das tentativas mais recentes, mesmo com liminar judicial válida e com o Certificado Veterinário Internacional em dia, o embarque foi novamente negado, gerando o cancelamento do voo e a autuação de um gerente da TAP pela Polícia Federal por desobediência.

A família, frustrada e emocionalmente abalada, agora enfrenta o desafio de explicar à menina, que não compreende bem o que está acontecendo, por que seu companheiro inseparável não está ao seu lado. O certificado do animal expirou no domingo (25), o que poderá dificultar ainda mais uma nova tentativa de embarque.

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