O contrato entre Virginia Fonseca e a empresa Esportes da Sorte previa um pagamento extra de R$ 24 milhões caso a influenciadora ajudasse a gerar R$ 80 milhões de lucro líquido para a casa de apostas, por meio de um link divulgado em suas redes sociais. Esse bônus seria somado aos R$ 40 milhões fixos que ela já receberia de qualquer forma.

Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, Virginia é uma das principais influenciadoras ligadas ao mercado de apostas online. O contrato, assinado em dezembro de 2022 e encerrado em maio de 2024, está sendo analisado pela CPI das Bets, que investiga a atuação das casas de apostas digitais no Brasil.

Apesar da cláusula de bonificação, tanto a influenciadora quanto a Esportes da Sorte afirmam que o valor extra nunca foi pago, já que a meta de lucro não teria sido atingida. O acordo também dava a Virginia o direito de acompanhar os valores arrecadados por meio do link, mas, segundo seu advogado, ela nunca solicitou esses dados.

Em depoimento ao Senado, Virginia negou receber parte das perdas dos apostadores – rumor conhecido como “cláusula da desgraça alheia”. “Era um valor fixo. Se eu dobrasse o lucro da empresa, receberia 30% a mais. Mas isso não aconteceu”, afirmou.

A empresa reforçou, em nota, que nunca repassou valores vinculados a resultados ou perdas dos apostadores, e que todos os pagamentos se referiam à publicidade e cessão de imagem, em conformidade com a legislação.

O contrato previa 17 parcelas pelo serviço, que incluía duas diárias de gravação e seis sequências mensais de stories no Instagram. O documento também envolvia a agência Talismã Digital, da qual Virginia é sócia com a família de Zé Felipe, com quem anunciou o divórcio recentemente.

A CPI das Apostas, criada em 2024, investiga se esse tipo de publicidade pode causar prejuízo financeiro às famílias brasileiras e se há irregularidades nos contratos. Ao todo, 18 influenciadores já foram convocados ou convidados.