Corrupção no INSS: quem realmente paga a conta?

O escândalo de fraudes no INSS trouxe à tona um dilema financeiro e político para o governo. Com a pressão do presidente Lula para que os aposentados e pensionistas lesados sejam ressarcidos o quanto antes, a discussão esbarra em um ponto sensível: de onde virá o dinheiro?

O Ministério da Fazenda, que também integra o governo, resiste à ideia de um pagamento antecipado. Isso porque não é permitido emitir dívida pública (ou seja, pegar empréstimos) para cobrir esse tipo de despesa. Sendo assim, a única saída seria cortar investimentos de outras áreas — e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pode ser um dos alvos.

Além disso, o ressarcimento comprometeria a já difícil meta de déficit zero nas contas públicas. Uma das propostas em análise seria relaxar essa meta fiscal, assumindo um resultado negativo, o que, na prática, significa admitir que o governo gastará mais do que arrecada. Seria como permitir que um aluno passe de ano abaixando a nota mínima de aprovação.

O mais importante, porém, é entender quem arca com os custos desse rombo. Mesmo que o governo banque o prejuízo, o dinheiro utilizado vem dos impostos pagos por todos nós. Ou seja, a população — inclusive os aposentados que já foram vítimas do golpe — será quem, de fato, pagará essa conta.

A situação expõe não apenas o impacto da corrupção nos cofres públicos, mas também como decisões políticas e econômicas recaem diretamente sobre a sociedade. No fim, a conta das fraudes, erros e má gestão quase sempre acaba nas mãos do cidadão.

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