Um estudo da revista The Lancet aponta que, se nada for feito, até 2030 cerca de 1 em cada 4 adolescentes (entre 10 e 24 anos) pode desenvolver obesidade ou problemas de saúde mental. A estimativa é que 464 milhões de jovens tenham sobrepeso ou obesidade, 143 milhões a mais que em 2015. Os transtornos mentais, como depressão e ansiedade, também devem crescer, afetando 42 milhões.
Além disso, quase um terço dos adolescentes poderá estar anêmico, o que prejudica o desenvolvimento físico e cognitivo. A situação é mais grave em países menos desenvolvidos, onde os adolescentes representam mais de 25% da população, mas recebem apenas 2,4% dos recursos destinados à saúde.
O Brasil segue a mesma tendência. Segundo especialistas, a desigualdade social agrava o acesso a cuidados, especialmente entre jovens negros e de baixa renda. Problemas como gravidez precoce, má nutrição, infecções e abuso de substâncias continuam comuns.
O relatório também alerta para os impactos das mudanças climáticas e da digitalização na saúde dos jovens. Desastres ambientais e insegurança alimentar aumentam o risco de transtornos mentais. Já o papel das redes sociais na saúde mental ainda é debatido entre os pesquisadores.
Apesar do cenário desafiador, há avanços: caiu o consumo de álcool e cigarro, e aumentou a presença de jovens na escola. Ações simples, como proibir alimentos ultraprocessados em cantinas, já mostraram bons resultados na prevenção da obesidade.
O estudo reforça: é urgente investir em políticas públicas, prevenção e acesso a serviços de saúde mais acolhedores e preparados para lidar com as necessidades reais dos adolescentes.