Motta rejeita pressão e diz que anistia aos presos do 8 de janeiro não será votada à força

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há consenso para aprovar a anistia ampla aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e garantiu que o projeto não será levado ao plenário “na base da força”. A declaração foi feita durante reunião de líderes, após cobrança do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que exigiu um posicionamento público de Motta sobre o tema.

Mesmo com o número de assinaturas necessário para tramitação com urgência, Motta, respaldado por outros líderes, decidiu não pautar o texto. Segundo ele, a proposta atual, que prevê anistia geral — incluindo para quem liderou os atos golpistas — pode ser considerada inconstitucional pelo STF, mesmo que aprovada na Câmara, no Senado e sancionada pelo presidente da República.

Motta demonstrou irritação com a insistência no tema, dizendo estar cansado de ser cobrado e que a proposta precisa ser discutida com responsabilidade. Ele ainda criticou o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), por supostamente ter reunido assinaturas com o argumento de que o foco seria apenas em casos de pessoas injustiçadas, quando o texto também beneficia réus com maior envolvimento nos ataques.

Apesar de tentativas anteriores para tornar a proposta mais restrita, a base bolsonarista segue defendendo uma anistia ampla. No último dia 7, Jair Bolsonaro participou de um ato público em Brasília sobre o tema, mesmo com contraindicação médica, reforçando que “não vão abaixar a cabeça” e que a anistia é responsabilidade do Parlamento.

Segundo levantamento do Cebrap e da ONG More in Common, cerca de 4 mil pessoas participaram do evento.

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