Número de fumantes cresce no Brasil pela 1ª vez desde 2007, alerta Ministério da Saúde

Pela primeira vez em quase duas décadas, o Brasil registrou aumento no número de fumantes adultos. Segundo dados preliminares do Ministério da Saúde, a proporção subiu de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024 — um crescimento preocupante.

A pesquisa foi feita nas capitais e no Distrito Federal e mostra alta entre homens (de 11,7% para 13,8%) e, principalmente, entre mulheres (de 7,2% para 9,8%). A diretora Letícia de Oliveira Cardoso, do Ministério da Saúde, alertou para a urgência de retomar campanhas efetivas, especialmente focadas nos jovens, que voltaram a fumar com mais frequência.

Também foi observado aumento no uso de cigarros eletrônicos: de 2,1% para 2,6% da população adulta. O número dobrou entre mulheres (de 1,4% para 2,6%), enquanto caiu entre os homens (de 2,9% para 2,5%). Apesar da estabilidade, é o maior índice desde o início do monitoramento, em 2019.

Mesmo com a proibição da Anvisa à venda e à propaganda dos cigarros eletrônicos desde 2009, o uso desses dispositivos continua crescendo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu campanhas que mostrem os prejuízos do tabaco à saúde e à economia.

Um estudo do Inca revelou que o governo gasta R$ 5 com doenças causadas pelo fumo para cada R$ 1 arrecadado com a venda legal de cigarros. Além disso, estima-se uma morte a cada R$ 156 mil de lucro da indústria do tabaco.

O ministério pretende ampliar a pesquisa para áreas fora das capitais e aposta no novo imposto seletivo, previsto na reforma tributária, para ajudar a frear o consumo. O crescimento do tabagismo reacende o alerta sobre a importância de políticas públicas eficazes e da conscientização social.

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