Mesmo sendo o estado mais rico do país, São Paulo paga um dos piores salários aos seus delegados de Polícia Civil. Um estudo encomendado pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) revela que os profissionais da classe especial recebem R$ 18.093,57, valor que coloca o estado na 26ª posição entre os 27 estados brasileiros — à frente apenas da Bahia.

A defasagem é ainda mais crítica quando comparada com os estados que lideram o ranking: no Mato Grosso do Sul, por exemplo, o salário chega a R$ 42.994,28. Além disso, 18 estados já oferecem vencimentos iniciais maiores do que o salário final pago aos delegados paulistas.

A remuneração inicial em São Paulo também é baixa: R$ 15.037,99, o que coloca o estado na 23ª posição. Para a ADPESP, essa realidade compromete a atração e retenção de profissionais. No último concurso, 353 delegados ingressaram na formação, mas apenas 310 se formaram — muitos desistiram para assumir cargos mais bem pagos em outras regiões ou instituições.

O parecer do estudo destaca a grande disparidade entre os delegados e outras carreiras jurídicas no estado. Enquanto juízes e promotores iniciam com R$ 34 mil, os delegados encerram a carreira com pouco mais da metade disso.

Como solução, o estudo propõe adotar o regime de subsídio, com uma parcela única equivalente ao teto do Executivo estadual, hoje em R$ 34.572,89.

Apesar das críticas, a Secretaria da Segurança Pública afirma que já realizou reajustes salariais que superaram a inflação dos últimos três anos, investiu em infraestrutura e contratou mais de 9 mil agentes para reforçar a segurança no estado. Ainda assim, os dados mostram que a valorização dos delegados ainda está longe do ideal.