O que se viu na mais recente sessão da Câmara Municipal foi um espetáculo deprimente. Em vez de exercer o mandato com seriedade e responsabilidade, a vereadora Quézia de Lucca protagonizou um verdadeiro escárnio público. Interrompeu colegas, desrespeitou regras básicas de conduta parlamentar e transformou o plenário em palco de gritaria, truculência e confusão.
A vereadora não apenas usurpou o tempo de fala dos demais parlamentares como ignorou completamente o decoro exigido pela função que ocupa. Sua atuação beirou o autoritarismo — e em nada refletiu os princípios democráticos que deveriam nortear o Poder Legislativo. O comportamento, além de injustificável, foi ofensivo à instituição e à população que ela representa.
Como se não bastasse o tumulto, Quézia tentou reescrever os fatos ao negar ter votado a favor de uma proposta salarial enviada pelo ex-prefeito Luiz Fernando Machado — proposta esta amplamente criticada por prejudicar os servidores públicos municipais. A tentativa de distorção foi imediatamente rebatida pelo vereador Juninho, que afirmou com veemência: “A senhora votou sim a favor. Agora mente descaradamente.” A declaração escancarou o abismo entre o discurso e a prática da parlamentar.
O vereador Romildo também se manifestou, classificando a conduta da colega como vergonhosa e incompatível com o exercício do cargo. A reação dos parlamentares foi um reflexo direto da indignação sentida por quem ainda acredita na dignidade do serviço público.
Não se trata de um caso isolado de destempero. Trata-se de um sinal alarmante de despreparo e desrespeito por parte de uma representante eleita. A vereadora Quézia precisa entender — e com urgência — que o plenário não é palco para estrelismo, nem arena para vaidades pessoais. O cargo que ocupa exige compostura, ética, e sobretudo, compromisso com a verdade.
A população não elegeu representantes para assistir a shows lamentáveis e tentativas de manipulação da realidade. O povo exige trabalho sério, responsabilidade com o dinheiro público e respeito à democracia.
A Câmara Municipal não pode silenciar diante desse tipo de conduta. Se a própria vereadora não tem limites, que a instituição os imponha. Porque o Legislativo não pode ser cúmplice do desrespeito nem cúmplice da mentira.