A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com a decisão, ela deverá perder o mandato e ficará inelegível por pelo menos 8 anos, podendo ficar até 18 anos fora da vida pública.
A inelegibilidade passa a valer após a publicação da decisão, e o prazo de oito anos só começa a contar após o cumprimento da pena. Ainda cabem recursos, mas a execução da condenação pode ser determinada pelo STF após a rejeição de eventuais embargos.
Mesmo condenada, Zambelli será defendida pela bancada do PL na Câmara, que promete esticar o processo de cassação até o fim de 2026. Para o partido, a decisão sobre a perda do mandato deve ser do plenário da Câmara, e não apenas da Mesa Diretora. “Vamos tentar arrastar o processo até o fim do ano que vem, para que ela termine o mandato”, afirmou o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante.
A deputada, no entanto, enfrenta desgaste com Jair Bolsonaro, que a responsabiliza por sua derrota nas eleições de 2022, após o episódio em que ela sacou uma arma e apontou para um homem em São Paulo, na véspera do pleito. Desde então, a relação entre os dois foi rompida.
Apesar de contar com apoio da bancada, Zambelli demonstrou incômodo com o silêncio do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), que evitou comentar sua condenação.
Caso fique fora da política, ela pretende apoiar um candidato por estado em 2026. Em São Paulo, cogita lançar a melhor amiga, os pais, o marido ou até o filho de 18 anos — embora a Constituição exija idade mínima de 21 anos para deputados.