Diplomatas brasileiros enviaram um recado claro aos Estados Unidos: impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, seria um desastre diplomático e poderia comprometer seriamente as relações entre os dois países. O alerta foi feito em resposta à proposta do senador americano Marco Rubio, que sugeriu aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes — instrumento jurídico usado para punir autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos.
A movimentação de Rubio gerou forte reação no Brasil, sendo vista como uma possível interferência em questões internas do país e um ataque direto à soberania nacional. No entanto, o governo brasileiro decidiu evitar respostas públicas agressivas. O Itamaraty optou por uma abordagem diplomática mais discreta, preocupando-se com os impactos que uma crise aberta com Washington poderia gerar.
Esse cuidado também levou em consideração o envolvimento do deputado Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA e tem feito críticas recorrentes ao governo e ao Supremo. Moraes, inclusive, determinou a abertura de um inquérito para investigar a atuação internacional de Eduardo Bolsonaro contra autoridades brasileiras, incluindo sua articulação com figuras políticas americanas.
O centro da tensão é a atuação de Moraes em decisões que impactaram redes sociais e a disseminação de desinformação, principalmente na plataforma X (antigo Twitter). Essas decisões geraram críticas internacionais sobre liberdade de expressão, mas são defendidas pelo governo brasileiro como medidas necessárias para proteger a democracia.
A diplomacia brasileira, portanto, busca evitar o acirramento da crise, tentando preservar o diálogo e reforçando que qualquer sanção a um ministro da Suprema Corte será interpretada como uma violação da autonomia nacional e uma ameaça à estabilidade da relação Brasil-EUA.