Com o contrato da Associação São Leopoldo Mandic prestes a expirar no próximo dia 3 de junho, o Hospital de Clínicas de Campo Limpo Paulista enfrenta um cenário alarmante: ausência de planejamento, decisões unilaterais e um futuro incerto. O silêncio da prefeitura e a ausência de um plano de transição transparente agravam a sensação de abandono.
Nos bastidores da saúde municipal, o clima é de tensão. A gestão do prefeito Adeildo Nogueira (PL) pretende entregar o comando do hospital ao Cismetro, consórcio que, segundo documentos internos, pode representar custos ainda maiores do que os de uma Organização Social — sem, no entanto, oferecer garantias operacionais compatíveis com a demanda da unidade.
A estratégia é vista como improvisada. Enfermeiras das Unidades Básicas de Saúde começaram a ser remanejadas às pressas para cobrir lacunas no hospital. Isso não apenas compromete o atendimento primário nas UBSs, como revela uma tentativa apressada de manter o funcionamento mínimo do hospital sem reforço técnico suficiente.
Profissionais da rede alertam que, nesse modelo, a unidade pode não suportar mais de 90 dias de operação. E o impacto direto recai sobre a população, que depende exclusivamente do SUS para atendimento de média e alta complexidade.
A reportagem procurou a prefeitura de Campo Limpo Paulista, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Especialistas e servidores cobram transparência, responsabilidade e um plano emergencial viável que assegure a continuidade dos serviços. O que está em jogo é a integridade de um hospital fundamental para a região — e, sobretudo, vidas.
A Associação São Leopoldo Mandic, atual responsável pela gestão do Hospital de Clínicas de Campo Limpo Paulista, vem a público comunicar o encerramento de seu contrato emergencial de administração da unidade.
Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a continuidade integral dos serviços de saúde. Garantimos a manutenção de todos os procedimentos, equipes e atendimentos exatamente como estão sendo prestados, até as 06h00 do dia 3 de junho de 2025, data e horário previstos para a transição. Não haverá interrupção de qualquer procedimento e a Associação São Leopoldo Mandic manterá sua operação com plena capacidade e sua equipe com total dedicação até o último momento do período contratual.
A coordenação do processo de transição e a garantia da continuidade das atividades hospitalares, a partir da data de encerramento, são de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Campo Limpo Paulista. A Associação São Leopoldo Mandic reitera sua completa disponibilidade para colaborar com as autoridades competentes na definição das próximas etapas para assegurar uma transição ordenada e a plena operação do Hospital. Nossa equipe permanecerá integralmente dedicada às suas responsabilidades e à prestação de todos os serviços até o término do contrato, e qualquer informação que divirja deste comunicado oficial não corresponde à verdade.
Desde que assumiu a gestão do Hospital de Clínicas de Campo Limpo Paulista, a Associação São Leopoldo Mandic tem pautado sua atuação pela colaboração, transparência e rigor na prestação de contas. Neste contexto, a Associação forneceu todos os esclarecimentos solicitados e, proativamente, colocou-se à disposição para colaborar com a transição, inclusive através da doação de equipamentos e da manutenção de um estoque adicional de insumos, visando mitigar quaisquer interrupções no atendimento após o término do contrato.
Nosso principal objetivo é assegurar uma transição pacífica e eficiente, preservando a assistência de qualidade à população de Campo Limpo Paulista e garantindo a salvaguarda dos direitos e deveres de todos os profissionais que hoje compõem a equipe do Hospital.
A Associação São Leopoldo Mandic reitera seu compromisso com a parceria estabelecida e com o bem-estar da comunidade até o término de suas responsabilidades contratuais.
Associação São Leopoldo Mandic