Apesar da imagem de sucesso transmitida por eventos motivacionais e falas inspiradoras do CEO Alê Costa, franqueados da Cacau Show relatam um ambiente interno muito diferente. Segundo diversos empresários da maior rede de franquias do Brasil, com mais de 4 mil unidades, quem discorda da liderança ou questiona políticas da empresa sofre perseguições e retaliações.
Relatos apontam que críticas a aumentos repentinos de preços ou problemas de fornecimento resultam em represálias, como envio de produtos próximos da validade e mercadorias de baixa saída. Esses obstáculos tornam a operação insustentável para muitos lojistas, levando ao fechamento de unidades. Além disso, franqueados afirmam que não há abertura para discutir cláusulas contratuais ou regras da rede.
Na Justiça, a Cacau Show responde a processos por cobranças indevidas e descumprimento de obrigações contratuais. Um deles, em andamento na 25ª Vara Cível de Brasília, questiona a prática de retirar o crédito de lojistas em litígio com a franqueadora, obrigando-os a comprar produtos à vista. O juiz considerou a medida como retaliação e violação do direito constitucional de ação.
Como forma de desabafo e denúncia, franqueados criaram o perfil “Doce Amargura” em uma rede social. A responsável, que mantém anonimato por medo de novas retaliações, relata ter sido surpreendida com a visita do vice-presidente da empresa, Túlio Freitas, que teria questionado “o que era preciso para ela parar”. Agora, ela busca judicialmente encerrar seu vínculo com a marca.
Em nota, a Cacau Show negou as acusações e declarou que preza pelo diálogo, respeito e transparência com seus franqueados. Segundo a empresa, visitas como a realizada por Túlio fazem parte das atribuições de sua função e têm como objetivo estreitar relações comerciais, sem qualquer relação com críticas públicas.
A situação expõe o contraste entre a imagem pública da marca e os desafios enfrentados por parte dos seus franqueados.