Uma pesquisa recente acendeu o alerta: quase todas as principais cervejas comercializadas nos Estados Unidos contêm substâncias per e polifluoroalquil (PFAS), conhecidas como “químicos eternos” por não se degradarem no meio ambiente nem no corpo humano. Das 23 amostras analisadas, apenas uma estava livre desses compostos. Em média, os níveis encontrados foram quatro vezes maiores do que o limite considerado seguro.

O estudo foi publicado na edição de maio de 2025 da revista Environmental Science & Technology e incluiu tanto marcas artesanais quanto grandes fabricantes nacionais. É a primeira vez que a presença de PFAS foi avaliada especificamente em cervejas.

Os pesquisadores da Carolina do Norte, responsáveis pelo levantamento, explicam que há uma ligação clara entre os níveis de contaminação na bebida e a água usada durante a produção. “O processo de fabricação envolve grandes volumes de água, e os compostos tóxicos acabam se acumulando ao longo da cadeia produtiva”, afirmam os autores. Curiosamente, os níveis de PFAS nas cervejas analisadas foram bem mais altos do que os detectados na água potável de suas respectivas cidades.

Mesmo diante dos resultados preocupantes, os cientistas reforçam que o intuito não é causar pânico ou sugerir que as pessoas parem de consumir cerveja, mas sim chamar atenção para um problema de saúde pública silencioso. O objetivo é fornecer dados que ajudem legisladores e autoridades a tomarem decisões mais eficazes para controlar a presença dessas substâncias na indústria alimentícia e nas fontes de água.

A pesquisa reforça o alerta sobre a presença dos PFAS em diversos produtos do dia a dia e destaca a urgência de ações regulatórias mais firmes para proteger a população dos riscos associados a essas substâncias.