Abandono e indignação: servidores públicos de Campo Limpo Paulista denunciam descaso da gestão do prefeito Adeildo Nogueira (PL)

Enquanto servidores da Câmara dobram o valor do vale-alimentação, trabalhadores do Executivo se sentem esquecidos e desrespeitados

Campo Limpo Paulista vive um clima de indignação entre os servidores públicos municipais. Funcionários de diferentes áreas do Executivo denunciam o que classificam como um “abandono institucional” por parte da gestão do prefeito Adeildo Nogueira (PL). Em contato com a TV Vitória e outros canais locais, servidores relatam um cenário de desvalorização, desigualdade e desrespeito que se arrasta há meses.

O estopim da revolta foi o reajuste concedido ao megavale alimentação, benefício essencial para a maioria dos trabalhadores. Enquanto os servidores da Câmara Municipal passaram a receber R$ 1.200,00, os do Executivo continuam com os mesmos R$ 600,00. A diferença de tratamento provocou protestos silenciosos dentro das repartições públicas e desabafos indignados nas redes sociais.

“É como se existissem dois tipos de servidor público em Campo Limpo Paulista: o valorizado, da Câmara, e o esquecido, da Prefeitura. Nós estamos sendo ignorados, como se nosso trabalho não importasse. Isso é humilhante”, afirma um servidor que preferiu não se identificar por medo de retaliações.

Além do congelamento do megavale, há críticas quanto à forma como a administração municipal conduziu o último reajuste salarial. “Anunciaram um aumento, mas sem qualquer impacto real nos nossos benefícios. Foi só uma maquiagem para dizer que houve valorização. O poder de compra continua reduzido, e o custo de vida só aumenta”, reclama uma agente comunitária de saúde.

Para os servidores, o que mais revolta não é apenas a disparidade financeira, mas o silêncio da Prefeitura diante das reivindicações. “Queremos diálogo. Queremos respeito. O prefeito nunca nos procurou, nunca explicou por que estamos recebendo menos do que outros colegas do mesmo município. É como se nossa voz não tivesse valor”, disse outro funcionário público.

A comparação com os servidores do Legislativo é inevitável. Com jornadas semelhantes, muitos enfrentando a mesma pressão e carga de trabalho, o tratamento desigual reforça o sentimento de abandono. “O trabalhador da Câmara também é servidor, mas está sendo recompensado. E nós, que estamos nas ruas, nos postos de saúde, nas escolas, na limpeza urbana, ficamos com migalhas?”, questiona um servidor da área da educação.

A Prefeitura de Campo Limpo Paulista foi procurada pela reportagem para comentar as denúncias, mas até o momento não houve retorno.

Diante da falta de respostas, os servidores cogitam mobilizações e protestos públicos para chamar a atenção da opinião pública e pressionar a gestão municipal. “Estamos cansados de ser invisíveis. Se não nos ouvem por diálogo, vamos falar mais alto. O servidor público é a base do funcionamento da cidade, e não pode continuar sendo tratado como descartável.”

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