Adversários do ministro Alexandre de Moraes, do STF, avaliam que a carta enviada pelo governo Trump ao magistrado pode servir como base jurídica para uma eventual sanção direta contra ele. A pressão parte principalmente de aliados do ex-presidente americano e de brasileiros nos Estados Unidos que se sentiram atingidos por decisões do ministro.

A leitura nos bastidores é que só um recuo de Moraes — com a revogação de ordens consideradas ilegais pelos EUA — poderia evitar punições. O documento do Departamento de Justiça afirma que ao menos quatro decisões contra a plataforma Rumble não têm efeito em solo americano, pois não passaram pelos canais legais exigidos nos EUA.

A ofensiva contra Moraes é liderada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, com apoio de empresas atingidas por decisões do ministro, como a própria Rumble, e de figuras influentes como Elon Musk, dono da rede X. O movimento também conta com respaldo de parlamentares americanos, como o secretário de Estado Marco Rubio, que não mencionou nomes, mas citou ações semelhantes às tomadas por Moraes.

A punição cogitada seria baseada na Lei Magnitsky, que permite sanções a quem for acusado de violar gravemente os direitos humanos. Entre as medidas estudadas estão bloqueio de bens, congelamento de contas e proibição de entrada nos EUA. Fontes indicam que o decreto com as sanções já está pronto, aguardando apenas a assinatura de Trump.

A movimentação cresceu nas últimas semanas, especialmente com o envolvimento direto de Rubio, o que pode acelerar o processo. Em resposta, o governo brasileiro intensificou sua atuação diplomática para tentar evitar um conflito maior.

Moraes, por sua vez, abriu um inquérito contra Eduardo Bolsonaro por supostos crimes de coação, obstrução e tentativa de abolir violentamente o Estado democrático. Ministros do STF também têm criticado a falta de reação mais firme do Itamaraty diante da ameaça americana.