Um estudo da LCA 4intelligence, baseado em dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), aponta que a inteligência artificial generativa (GenAI) deve impactar 31,3 milhões de empregos no Brasil e afetar diretamente 13 profissões, que somam 5,5 milhões de trabalhadores. Entre os mais expostos estão analistas financeiros, desenvolvedores web, vendedores por telefone e agentes financeiros.
Segundo a pesquisa, 5,4% dos brasileiros estão hoje em ocupações com alto risco de automação. Isso representa um aumento expressivo em relação aos 1,1% identificados em 2012. No total, cerca de 30,5% dos trabalhadores já atuam em áreas com algum grau de exposição à GenAI.
Apesar do avanço da tecnologia, os especialistas destacam que isso não significa a extinção das profissões, mas sim uma transformação: tarefas repetitivas tendem a ser automatizadas, liberando os profissionais para funções mais criativas e estratégicas. “É uma reestruturação de tarefas, não o fim dos empregos”, explica Bruno Imaizumi, da LCA.
O impacto, no entanto, não é igual para todos. Jovens, mulheres e pessoas com menor escolaridade estão entre os mais vulneráveis. No Brasil, 7,8% das mulheres ocupam cargos altamente expostos à automação, mais que o dobro dos homens (3,6%). Entre os jovens de 14 a 17 anos, 12,8% estão em áreas de alta exposição. Já quem tem ensino médio ou superior incompleto representa 13,9% dos afetados.
O setor público também está na mira da IA por sua grande concentração de cargos administrativos. Para especialistas, isso pode ser uma oportunidade de modernização, com a IA atuando como uma ferramenta para agilizar processos e melhorar a gestão pública.
Por fim, o estudo reforça a necessidade urgente de requalificação profissional e inclusão digital. O letramento em IA, tanto para empresas quanto para governos, é apontado como essencial para lidar com os impactos e garantir que a tecnologia beneficie a todos — principalmente os mais vulneráveis.