Um incidente lamentável marcou a partida entre São Paulo e Talleres pela Conmebol Libertadores na última terça-feira, 27 de maio de 2025. O lateral-esquerdo venezuelano Miguel Navarro, do Talleres, registrou uma queixa policial contra o volante paraguaio Damián Bobadilla, do São Paulo, por xenofobia. A acusação veio à tona após uma discussão entre os dois jogadores no campo, que levou Navarro a ameaçar deixar a partida e a chorar visivelmente emocionado.
O desentendimento ocorreu aos 41 minutos do segundo tempo, logo após o segundo gol do São Paulo, que garantiu a vitória por 2 a 1. Segundo o relato de Navarro, Bobadilla teria o insultado com a frase “venezuelano morto de fome”. Em depoimento na zona mista e em publicações nas redes sociais, o jogador do Talleres condenou a atitude, afirmando: “É realmente lamentável falar deste tipo de coisa, mas quando eles fazem o 2 a 1, Luciano estava dando praticamente uma volta no campo e eu disse ao árbitro que se apresasse, que necessitamos jogar. O Bobadilla me disse: ‘Vocês sempre fazem tempo (cera)’. E eu disse: ‘Que tempo, vocês estão ganhando?’. Aí ele me chamou de venezuelano morto de fome. E fiz a denúncia.”
Em suas redes sociais, Navarro expressou sua indignação e orgulho de suas raízes: “Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil pelas mãos de Damián Bobadilla. No futebol não há espaço para discursos de ódio.”
O Clube Atlético Talleres rapidamente se solidarizou com seu atleta, emitindo uma nota oficial nas redes sociais em que repudia veementemente o ato de xenofobia. O clube argentino reforçou seu compromisso com a luta contra a discriminação e destacou que “o futebol é uma ferramenta de integração, respeito e união entre as culturas”.
O lateral-direito Augusto Schott, também do Talleres, defendeu o companheiro e, inicialmente, classificou o incidente como um ato de racismo, ressaltando a tristeza e a importância de não deixar a situação passar em branco. O caso agora segue para investigação das autoridades competentes, com o objetivo de garantir que atos de discriminação sejam punidos e que o futebol continue sendo um ambiente de inclusão e respeito.