A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vive dias decisivos. De um lado, a entidade está na expectativa de finalmente anunciar Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção. De outro, enfrenta uma nova ofensiva jurídica e política que pode colocar em xeque a permanência do presidente Ednaldo Rodrigues.
Na sede da CBF, em meio a otimismo, a aposta é que o desfecho da negociação com Ancelotti ocorra na próxima semana, possivelmente após o clássico entre Real Madrid e Barcelona. A entidade acredita que, se houver acordo com o clube espanhol, o técnico italiano assumirá o comando da seleção já na Data Fifa de junho. Por ora, o nome de Jorge Jesus, embora livre no mercado, foi deixado de lado.
Enquanto isso, Ednaldo volta a ser pressionado politicamente e judicialmente. O caso mais recente é o pedido de afastamento apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), que questiona um acordo judicial firmado no Rio de Janeiro que validou a eleição de Ednaldo. A petição alega que o documento teria uma assinatura falsificada do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes — cuja saúde mental também é alvo de questionamentos. A perícia anexada tem sido criticada por seu histórico controverso.
A expectativa da CBF é que o STF sequer analise o pedido, já que Daniela não é parte do processo. Ainda assim, o tema está na pauta da Corte: no dia 28 de maio, o plenário analisará a constitucionalidade da atuação do Ministério Público em eleições de entidades esportivas. Dependendo do resultado, o cargo de Ednaldo pode ser diretamente afetado.
Além disso, há novas denúncias sendo encaminhadas ao Ministério Público e movimentações de políticos tanto da direita quanto do centrão, o que intensifica a pressão sobre o presidente da CBF.
Em meio a essa turbulência, a entidade corre contra o tempo para anunciar um técnico antes do prazo de envio da pré-lista para os jogos contra Paraguai e Equador, marcado para 18 de maio. A escolha do novo comandante e os rumos jurídicos do caso Ednaldo devem definir o futuro da seleção brasileira e da própria CBF nas próximas semanas.